Após acordo entre o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito Fernando Haddad (PT), outros prefeitos da região metropolitana e empresários de ônibus de São Paulo, desde o dia 6 de janeiro a tarifa dos trens, metrôs e ônibus passaram de R$ 3 para R$ 3,50 na capital. Nos demais municípios da Grande São Paulo a situação é ainda mais grave, com o aumento de 16%.
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Ato contra o aumento da passagem, na Zona Oeste (Foto: MPL-SP) |
Algumas semanas antes da população saber do aumento da tarifa, Haddad, em uma tentativa de agradar a juventude pobre, anunciou a implantação do chamado "Passe Livre Estudantil", que na verdade deveria chamar Passe Escolar, ou algo do tipo, pois o bilhete oferecido a estudantes de escolas públicas e universitários do Prouni, Fies e cotistas dará créditos apenas para ida e volta da escola. Nenhuma passagem a mais!
Decerto, esta tentativa de tirar das ruas os estudantes das periferias foi frustrada. O Passe Livre Estudantil rapidamente foi decifrado pelos próprios "beneficiados" que não o aceitaram como imposto por Haddad, sobretudo com o posterior aumento da tarifa. O passe que continua sem dar condições de acesso aos alunos de baixa renda à cultura, educação e lazer encontrados no centro, ainda terão de ser pagas pelos próprios pais e estudantes, e o lucro dos empresários de ônibus, que segundo auditoria da consultoria EY passam dos 18%, continuarão em ritmo crescente.
Desde que passaram a valer os novos valores das tarifas, a classe trabalhadora e estudantes estão nas ruas, indignados e empenhados a lutar até a revogação do aumento. Para tentar impedir as grandes manifestações e total adesão das periferias às lutas, a Polícia Militar e a grande mídia atacam de forma desleal todos que lutam para derrubar o reajuste abusivo. Para tirar o povo da rua, a Polícia Militar, braço armado do Estado/empresários, reprimiu de forma arbitrária todos (TODOS!!) atos organizados pelo Movimento Passe Livre de São Paulo (MPL-SP); e a grande imprensa, porta-voz e conversora de opiniões favoráveis ao Estado/empresários, noticiam os atos como "protestos de pequenos grupos", e sempre focalizam a matéria na repressão policial, o que claramente identifica uma ligeira tentativa de ocultar o motivo da luta.
Embora esteja sendo noticiado uma média de 2 mil pessoas nos atos, a classe trabalhadora e estudantes estão mobilizados, e não houve ato com menos de 8 mil manifestante (chegando a aproximadamente 30 mil no 1º Grande Ato). Como exemplos, o povo nas ruas exaltam a conquista dos 800 trabalhadores da Volkswagen do ABC, readmitidos após 11 dias de greve, e até mesmo os próprios atos de 2013, contra o aumento da passagem. Isso demonstra que Haddad e Alckmin terão que parar de mudar o foco quando são indagados sobre a tarifa dos transportes, e tomar atitudes acerca deste aumento, caso contrário, como é muito cantado nas manifestações, é bem provável que os trabalhadores e estudantes parem São Paulo.