1 de dezembro de 2015

ALUNOS DA E.E. ANHANGUERA DESCOBREM MATERIAIS ESCONDIDOS

Alunos que ocupam desde quinta-feira (26/11) a Escola Estadual Anhanguera, na Lapa, Zona Oeste da capital, encontraram nas salas fechadas no fundo da instituição milhares de livros e apostilas, além de kits com materiais escolares e instrumentos musicais para fanfarra. Os materiais eram escondidos pela direção do colégio, e os alunos sequer sabiam que a escola possuía esses bens.

Alunos usam instrumentos que eram escondidos para cantar música de resistência da luta
(Foto: Kaique Dalapola)
Segundo os estudantes, a escola nunca teve fanfarra porque a diretora Maria Helena não disponibilizava aos alunos os instrumentos, que ainda estão novos, sem nenhum gasto de uso. Os discentes também afirmaram que, no início do ano, dezenas de crianças e adolescentes ficaram sem material escolar, pois a diretoria afirmou ter distribuído todo o material destinado à Anhanguera.

Milhares de apostilas para uso em 2015 foram encontradas escondidas na E.E. Anhanguera
(Foto: Kaique Dalapola)
Depois de ter conseguido o acesso aos instrumentos musicais, os estudantes utilizam para cantar músicas que exaltam a luta contra a reorganização, e para responder possíveis ações de intimidações vindas de fora da escola, por parte da direção e alguns professores que não apoiam a ocupação. Essas ações estimulam e une os estudantes, que ficam emocionados com a própria luta. Conforme explicou o Lucas, 17 anos, do terceiro ano do ensino médio da Anhanguera "a escola nunca esteve tão unida".

Estudantes colocam faixas e cartazes explicativos na entrada da escola Anhanguera, na Lapa
(Foto: Kaique Dalapola)
Mensagens de resistências são
expostas em escolas ocupadas
(Foto: Kaique Dalapola)
Com o projeto de reorganização escolar, a E.E. Anhanguera fechará as turmas de ensino fundamental e da Educação de Jovens e Adultos (EJA), deixando apenas primeiro, segundo e terceiro anos do ensino médio regular. Ainda assim, jovens que cursam o ensino médio ocupam o prédio contra o fechamento das turmas. "Eu não precisava estar aqui. Estou no terceiro ano pelo EJA e estou muito bem nas notas, mas é necessário lutar para que as próximas gerações tenham uma educação de qualidade que eu não tive", disse o aluno Afonso, 22 anos.

Em conversa com os estudantes, eles ressaltaram que a mentalidade dos alunos das escolas ocupadas certamente será outra depois das ocupações, pois aprenderam a dar mais valor ao espaço escolar. "A gente está gerindo a escola em tudo: limpeza, alimentação, palestras, tudo. Com certeza, isso vai fazer com que tenhamos a escola ainda mais como nossa, e não do Governo", disse um estudante que está ocupando a escola e não quis ser identificado.

A SECRETARIA E DIREÇÃO DA ESCOLA
A assessoria de imprensa da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo informou que "a dirigente de Ensino da Região Centro Oeste, responsável pela E.E. Anhanguera, esclareceu que a direção não tem como responder pelas denúncias apuradas pelo blog Fala, Kaique! porque está sendo impedida de entrar na escola desde o início da ocupação. Por essa razão, a diretoria de ensino não possui subsídios suficientes para responder sobre os materiais supostamente encontrados pelos alunos que ocupam a escola."















Nenhum comentário:

Postar um comentário