"O que eu quero é algo novo no Brasil, uma mudança consistente". Esta frase dita por Aécio Neves (PSDB) na sabatina realizada pelo Grupo Estado, na última quarta-feira (27), poderia ser uma frase ideológica normal para um candidato à Presidência da República, mas foi dita pela mesma pessoa que minutos antes afirmou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é o seu grande conselheiro político, e terá "papel extremamente importante" em seu governo, caso eleito. E mais, o tucano ainda sugeriu que quem não concordar com os conselhos de FHC, não é pra votar quarenta e cinco.
"Fernando Henrique está ao meu lado, terá um papel extremamente importante no meu governo, ele é o meu grande conselheiro. Quem achar que isso faz mal ao governo não vote em mim", disse Aécio Neves.
"Fernando Henrique está ao meu lado, terá um papel extremamente importante no meu governo, ele é o meu grande conselheiro. Quem achar que isso faz mal ao governo não vote em mim", disse Aécio Neves.
Talvez a ideia de Marina Silva (PSB) em pregar o novo, a mudança, tenha mudado os planos políticos do tucano. A pesquisa realizada pelo Ibope, que aponta a enorme ascensão de Marina, sem dúvida despertou a extrema necessidade do candidato do PSDB mudar seus discursos, pregando a ideia principal da candidata do PSB e disparando contra ela pra tentar mostrar-se mais preparo. Entretanto, esqueceram de avisá-lo que para pregar o novo é preciso desapegar do velho. É impossível querer mudança, querer o "novo e consistente" dando papel de grande importância, e sendo fiel aconselhado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
O desespero de Aécio Neves para tentar chegar ao segundo turno está fazendo ele cair em contradições, e jogar para cima tudo o que ele já havia dito até aqui. Agora volto a dizer: muito melhor seria se não houvesse as tais pesquisas de intenção de voto.