26 de maio de 2015

A NOVA EXPLORAÇÃO DE SEMPRE

Precisa voltar muito na história para entender quando começou a desigualdade social. Para falar em Brasil, é simples: começou há 515 anos, quando os portugueses chegaram aqui. Os anos se passaram e nada mudou. E, pelos indicativos, nada mudará. Após anos de ditaduras, lutas, e muitos pobres mortos e explorados, os brasileiros marginalizados iniciaram o terceiro milênio com esperança de novas histórias, mais igualdade, menos exploração. Nada disso sucedeu. Pelo contrário: tudo exatamente como os 500 anos anteriores. Pobres explorados e a minúscula classe dominante explorando.

Anos de lutas e sucessivo crescimento econômico no país foram necessários para a população pobre do Brasil ter algumas concessões do Governo. Pequenas concessões que, pela extrema carência do povo, fez enorme diferença. Investimento de menos de meio por cento do PIB em um Bolsa Família aqui, uma outra bolsa ali... E metade do PIB nacional indo, ainda, diretamente para o bolso dos banqueiros. Entretanto, chega uma hora que não dá mais para dar migalhas ao pobre povo brasileiro, então tem que tomar uma decisão: ou diminui o lucro dos exploradores ou volta à miséria a classe explorada. Precisa dizer qual foi a decisão tomada? Assim acaba-se, definitivamente, aquele sonho impossível no início do milênio de ver um país justo, igual, livre.

A classe pobre do Brasil nunca teve ninguém para defendê-la. Jamais pôde contar com política, patrão, isso ou aquilo. Nunca foi uma classe com acesso à educação, cultura, lazer. Nunca teve qualidade no transporte, moradia, saúde. Os pobres do Brasil sempre foram contra tudo e contra todos, sempre tiveram que conquistar, com muita luta, direitos mínimos para a manutenção da sobrevivência. O pobre já não sabe mais em quem confiar, para onde ir ou onde ficar. Como já dizia os Racionais MCs: “Em qual mentira devo acreditar?”.
Este artigo de opinião faz parte do trabalho de apresentação de seminário sobre desigualdade social, apresentado na aula de Comunicação e Língua Portuguesa III, para a turma de Jornalismo da FAPSP (Faculdade de Comunicação).

Nenhum comentário:

Postar um comentário